A noite já se prolonga na estrada da vida... o dia está indo dormir nos braços da lua e o silêncio paira na Serra...Agora as cabeças param pra pensar...analisar os acontecimentos dos últimos dias, pesar os prós e os contra... O Carnaval!!!!! Evento constituído de momentos únicos travestidos de um "contentismo" imediato e, por vezes ou por certo, exagerado, como deveriam ser as alegrias... Há sim um clima nostálgico, como se agora tivéssemos que arrumar a casa para receber as visitas mais sérias do trabalho diário, do estudo... E assim deve ser, pois sempre depois da festa há de se arrumar as fitas coloridas, as flores perfumadas, todas numa caixa que será guardada para a desejada próxima vez. E que ela não tarde, mas também não se apresse. Bem não raiou a sexta-feira, os preparativos começaram, sempre de improviso, pois as melhores alegrias são aquelas que vêm sem que ninguém espere. E chegaram trazidas pela noite coloridamente enfeitada com cara de Carnaval! Foliões reunidos com um objetivo só! Divertir-se! Há quem conteste, afirmando ser uma sensação de futilidade que invade sorrateiramente as pessoas, oportunizando todos os improvisos possíveis. Há quem ateste que é pura e simplesmente uma alucinada vontade humana de rir sem ter porém, correr sem fazer curvas...Viver no sentido alegre da palavra! E assim foi! Uma sexta-feira contente demais da conta pro coração "pulante" de cada par de pés que cruzaram a estrada para o encontro com a folia! A noite findou... O Sábado amanheceu ousado, saltitando nos oitões da Serra. A tarde chegou apressada, vestida de furta-cor, com risos, brincadeiras, como se o tempo fizesse cócegas na barriga da vida. E as estrelas cintilaram cada recanto da alta montanha, como se beijassem a grande rainha, a nossa cidade. E o os caminhos se encontraram na praça, os pés "frevearam", as línguas cantavam tons diversos, as gargalhadas ecoaram...a alegria morou ali! O Sol invadiu as cortinas da janela do domingo e as mãos do tempo buscaram a tarde que não se demorou, mas logo foi embora no véu da noite. E os sons estridentes do metal acordaram a cidade inteira,que ávida de alegrias, dançou no grande baile da serra. A segunda foi clareando... preguiçosa...Estaria o astro rei de ressaca? Ou apenas banhando-se na neblina que a tarde trouxe? E as portas da noite se abriram, cantarolando colorido e fantasticamente a alegria popular! A terça acordou com cara de saudade...com medo de ir...pois a viagem era certa... Mas de passagem comprada e malas prontas, vestiu-se graciosamente para ou últimos acordes de dias maravilhosamente vividos! E ela chegou deslumbrante! Rodeou a praça, deslizando na partitura que se desenhava a cada passo... Misturou a tarde com a noite, fazendo um coquetel de fino sabor que descia suavemente pela garganta cantante de cada coração ali "apregado" nas curvas da alegria! No ápice da aventura, as notas diminuíram e a madrugada trouxe Momo com seu pijama reluzente, carregado pelo sono pintado de "rosazul". E a serra adormeceu... e pode espreguiçar-se na quarta-feira que acordou com gosto de quero mais! Foi bom! Porque o que é bom sempre melhora! Que venha o Carnaval 2016, não é Olga Fernandes?
CÁSSIA CÂMARA DUARTE - QUARTA-FEIRA DE CINZAS
Muito boa a crônica! Lembrou-me os belos textos de Luis Fernando Veríssimo, Fernando Sabino, Rubem Braga, Milôr Fernandes entre tantos, que conduzem a "flor do Lácio" com tanta maestria que sempre nos deixa uma vontade de "quero mais" quando chegamos ao final do texto. Parabéns!!!! E por que não dizer Cássia, que seu texto nos remete ao E de efêmero, quando o eterno passa logo.
ResponderExcluirAbraços!!
Professora Hélia de Oliveira
Querida Professora Hélia,
ResponderExcluirVindo de uma verdadeira especialista na oratória... Nossa!!!!!! Posso dizer que "flutuei" de tão contente! Cássia Câmara Duarte